quarta-feira, julho 06, 2011

Esta è a América das Agências de rating




Dominique Strauss Kahn eliminado por ameaçar elite financeira

Dominique Strauss Kahn foi vítima de uma conspiração construída ao mais alto nível por se ter tornado uma ameaça crescente aos grandes grupos financeiros mundiais. As suas recentes declara­ções como a necessidade de regular os mercados e as taxas de transacções financeiras, assim como uma distribuição mais equitativa da riqueza, assustaram os que manipulam, especulam e mandam na economia mundial.
Não vale a pena pronunciar-nos sobre a culpa ou inocência pelo crime sexual de que Domini­que Strauss Kahn é acusado, os media já o lincharam. De qualquer maneira este caso criminal parece demasiado bem orquestrado para ser verdadeiro, as incongruências são muitas e é difícil acreditar nesta história.
O que interessa aqui salientar é: quem beneficia com a saída de cena de Strauss Kahn?
Convém lembrar que quando em 2007 ele foi designado para ser o patrão do FMI, foi eleito pelo grupo do clube Bilderberg, do qual faz parte. Na altura, ele não representava qualquer "perigo" para as elites económicas e financeiras mundiais com as quais partilhava as mesmas ideias.
Em 2008, surge a crise financeira mundial e com ela, passados alguns meses, as vozes criticas quanto à culpa da banca mundial e à ao papel permissivo e até colaborante do governo norte-ameri­cano. Pouco a pouco, o director do FMI começou a demarcar-se da política seguida pelos seus ante­cessores e do domínio que os Estados Unidos sempre tiveram no seio da organização.
Ainda no início deste mês, passou despercebido nos media o discurso de Dominique Strauss Kahn. Ele estava agora bem longe do que sempre foi a orientação do FMI. Progressivamente o FMI estava a abandonar parte das suas grandes linhas de orientação: o controlo dos capitais e a flexibili­zação do emprego. A liberalização das finanças, dos capitais e dos mercados era cada vez mais, aos olhos de Strauss Kahn, a responsável pela proliferação da crise "made in America".
O patrão do FMI mostrava agora nos seus discursos uma via mais "suave" de "ajuda" financeira aos países que dela necessitavam, permitia um desemprego menor e um consumo sustentado, e que portanto não seria necessário recorrer às privatizações desenfreadas que só atrasavam a retoma económica. Claro que os banqueiros mundiais não viam com bons olhos esta mudança, achavam que esta tudo bem como sempre tinha estado, a saber: que a política seguida até então pelo FMI tinha tido os resultados esperados, isto é os lucros dos grandes grupos financeiros estavam garantidos.
Esta reviravolta era bem-vinda para economistas progressistas como Joseph Stiglitz que num recente discurso no Brooklings Institution, poderá ter dado a sentença de morte ao elogiar o trabalho do seu amigo Dominique Strauss Kahn. Nessa reunião Strauss Kahn concluiu dizendo: "Afinal, o emprego e a justiça são as bases da estabilidade e da prosperidade económica, de uma política de estabilidade e da paz. Isto são as bases do mandato do FMI. Esta é a base do nosso programa".
Era impensável o poder financeiro mundial aceitaram tal discurso, o FMI não podia transformar-se numa organização distribuidora de riqueza. Dominique Strauss Kahn tinha-se tornado num pro­blema.
Recentemente tinha declarado: "Ainda só fizemos metade do caminho. temos que reforçar o controlo dos mercados pelos Estados, as políticas globais devem produzir uma melhor distribuição dos rendimentos, os bancos centrais devem limitar a expansão demasiado rápida dos créditos e dos preços imobiliários Progressivamente deve existir um regresso dos mercados ao estado".
A semana passada, Dominique Strauss Kahn, na George Washington University, foi mais longe nas suas declarações: "A mundialização conseguiu muitos resultados...mas ela também um lado sombrio: o fosso cavado entre os ricos e os pobres. Parece evidente que temos que criar uma nova forma de mundialização para impedir que a "mão invisível" dos mercados se torne num "punho invi­sível".
Dominique Strauss Kahn assinou aqui a sua sentença de morte, pisou a alinha vermelha, por isso foi armadilhado e esmagado.

quarta-feira, junho 15, 2011

a verdade escondida

Manuel Bragança publicou no grupo Geração À Rasca.

Manuel Bragança
23 de Maio de 2011 11:34
A VERDADE ESCONDIDA DE UM VIGARISTA:O PROFESSOR QUE SÓCRATES NÃO CONHECIA, NÃO CONHECEU NEM QUER OUVIR FALAR;A BEM DA NAÇÃO CHAMA-SE ANTÓNIO JOSÉ MORAIS E É ENGENHEIRO A SÉRIO; DAQUELES RECONHECIDOS PELA ORDEMAntónio José Morais é primo em primeiro grau da Dra. Edite Estrela.É um transmontano tal como a prima que também é uma grande amiga do Eng. Socrates.Também é amigo de outro transmontano, também licenciado pela UNIVERSIDADE INDEPENDENTE, o Dr. Armando Vara, antigo Caixa da Caixa Geral de Depósitos e actualmente Administrador da Caixa Geral de Depósitos, grande amigo do Eng. Sócrates e da Dr.ª Edite Estrela.O Eng. Morais trabalhou no prestigiado LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), só que devido ao seu elevado empreendedorismo canalizava trabalhos destinados ao LNEC, para uma empresa em que era parte interessada.Um dia foi convidado a sair pela infeliz conduta. Trabalhou para outras empresas entre as quais a HIDRO-PROJECTO e pelas mesmas razões foi convidado a sair.Nesta sua fase de consultor de reconhecido mérito trabalhou para a Câmara da Covilhã onde vendeu serviços requisitados pelo técnico Eng. Sócrates.Daí nasce uma amizade.É desta amizade entre o Eng. da Covilhã e o Eng. Consultor que se dá a apresentação do Eng. Sócrates à Dr.ª Edite Estrela, proeminente deputada e dirigente do Partido Socialista.E assim começa a fulgurante ascensão do Eng. Sócrates no Partido Socialista de Lisboa apadrinhada pela famosa Dr.ª Edite Estrela, ainda hoje um vulto extremamente influente no núcleo duro do líder socialista.À ambição legítima do político Sócrates era importante acrescentar o grau de licenciatura.Assim o Eng. Morais, já professor do prestigiado ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa) passa a contar naquela Universidade com um prestigiado aluno - José Sócrates Pinto de Sousa, bacharel.O Eng. Morais demasiado envolvido noutros projectos faltava amiúde às aulas e, naturalmente, foi convidado a sair daquela docência.Homem de grande espírito de iniciativa, rapidamente, secolocou na Universidade Independente.Aí o seu amigo bacharel José Sócrates, imensamente absorvido na politica e na governação seguiu-o ......" porque era a escola, mais perto do ISEL que encontrou ".E assim se licenciou, tendo como professor da maioria das cadeiras (logo quatro) o desconhecido mas exigente Eng. Morais. E ultrapassando todas as dificuldades, conseguindo ser ao mesmo tempo Secretário de Estado e trabalhador estudante licencia-se, e passa a ser Engenheiro, à revelia da maçadora Ordem dos Engenheiros, que segundo consta é quem diz quem é Engenheiro ou não, sobrepondo-se completamento ao Ministério que tutela o ensino superior.(Essa também não é muito entendível; se é a Ordem que determina quem tem aptidão para ser Engenheiro devia ser a Ordem a aprovar os Cursos de Engenharia....La Palisse não diria melhor)Eis que licenciado o governante há que retribuir o esforço do HIPER-MEGA PROFESSOR, que com o sacrifício do seu próprio descanso deve ter dado aulas e orientado o aluno a horas fora de normal já que a ocupação de Secretário de Estado é normalmente absorvente.E ASSIM FOI:O amigo Vara, também secretário da Administração Interna coloca o Eng. Morais como Director Geral no GEPI, um organismo daquele Ministério.O Eng. Morais, um homem cheio de iniciativa, teve que ser demitido devido a adjudicações de obras não muito consonantes com a lei e outras trapalhadas na Fundação de Prevenção e Segurança fundada pelo Secretário de Estado Vara. (lembram - se que foi por causa dessa famigerada Fundação que o Eng. Guterres foi obrigado a demitir o já ministro Vara (pressões do Presidente Sampaio), o que levou ao corte de relações do Dr. Vara com o Dr. Sampaio - consta até que o Dr. Vara nutre pelo ex-Presidente um ódio de estimação.O Eng. Guterres farto que estava do Partido Socialista (porque é um homem de bem, acima de qualquer suspeita, íntegro e patriota) aproveita a derrota nas autárquicas e dá uma bofetada de luva branca no Partido Socialista e manda-os todos para o desemprego.Segue-se o Dr. Durão Barroso e o Dr. Santana Lopes que não se distinguem em praticamente nada de positivo e assim volta o Partido Socialista comandado pelo Eng. Sócrates..... Que GANHA AS ELEIÇÕES COM MAIORIA ABSOLUTA.Eis que, amigo do seu amigo é e vamos dar mais uma oportunidade ao Morais, que o tipo não é para brincadeiras.E o Eng. Morais é nomeado Presidente do Instituto de Gestão Financeira do Ministério da Justiça.O Eng. Morais homem sensível e de coração grande, tomba de amores por uma cidadã brasileira que era empregada num restaurante no Centro Comercial Colombo.E como a paixão obnubila a mente e trai a razão nomeia a "brasuca " Directora de Logística dum organismo por ele tutelado a ganhar 1600 ? por mês. Claro que ia dar chatice, porque as habilitações literárias (outra vez as malfadadas habilitações) da pequena começaram a ser questionadas pelo pessoal que por lá circulava.Daí a ser publicado no " 24 HORAS" foi um ápice.E ASSIM lá foi o apaixonado Eng. Morais despedido outra vez.TIREM AS VOSSAS CONCLUSÕES E NÃO SE ESQUEÇAM:EM 2011 CONTINUEM A VOTAR NELES!!!SERÁ POSSIVEL? AINDA FALAM DA CORRUPÇÃO ?

quinta-feira, junho 09, 2011

As Novas oportunidades

Assunto: Novas Oportunidades - o embuste-alguém que viveu e sabe o que REALMENTE aconteceu




Novas Oportunidades - o embuste

Boa tarde
Começo por informar que não sou, nunca fui e não serei eleitor votante no PSD. Situo-me num espectro político-ideológico completamente diverso, portanto a razão do meu contacto não tem qualquer motivação partidária. Simplesmente acho que este assunto é demasiado sério para ser tratado apenas como uma guerra de palavras entre dois partidos candidatos ao governo.
Fui formador de informática durante 17 anos, actividade que deixei de exercer a tempo inteiro em Agosto passado, quando ingressei na Administração Pública, mas nos últimos anos tive a infeliz oportunidade de conhecer a realidade da formação nas Novas Oportunidades. "Infeliz" porque pude verificar que se trata de um completo embuste. Em 17 anos de actividade e com mais de 12.000 horas de formação ministrada, a única vez que tive vontade de abandonar um curso foi nas Novas Oportunidades.
De facto, o modo como estes cursos estão estruturados é mau demais para ser verdade, e quem não conheceu a situação no terreno nem imagina a tragédia que aquilo é. E é este o motivo que me leva a entrar em contacto convosco: para dar o testemunho de quem teve a desdita de ministrar cursos das Novas Oportunidades.
1. O primeiro foi num centro de emprego na região de Lisboa. Pretendia-se certificar os formandos com qualificação equivalente ao 6º ano, num curso qualificado como B2. Coube-me ministrar 100 horas de informática, onde se deveria incluir módulos de Word, Excel, PowerPoint e Internet. As dificuldades começaram logo na utilização do próprio computador, porque a formação de base da maioria dos 10 formandos era tão rudimentar que vários deles nem o seu próprio nome de utilizador e respectiva "password" conseguiram fixar durante aquelas 100 horas.
Começando com o módulo de Word, a avaliação foi quase desastrosa por vários motivos: os conhecimentos de português eram quase nulos em vários dos formandos; houve quem não conseguisse escrever sequer um parágrafo completo durante aquele tempo; havia quem conseguisse dar dois erros ortográficos na mesma palavra.
No módulo de Excel, as coisas foram piores, de tal forma que ao fim de 3 sessões desisti de continuar com aquele módulo. Era impossível fazê-los perceber como calcular esta coisa simples: se fossem à bomba de gasolina, abastecessem 25 litros e cada litro custasse 1,2 €, quanto gastariam? Este era o cálculo mais simples que se poderia executar numa folha de cálculo, mas primeiro era preciso que percebessem o raciocínio do cálculo. Impossível.
Só no PowerPoint e na Internet é que se conseguiu que a generalidade dos formandos fizessem algum trabalho visível. Mesmo assim, o panorama geral era francamente desolador. Cheguei a falar com os professores de português e matemática para perceber se aquela tragédia era mesmo o que parecia, o que me foi confirmado. Na altura a minha filha estava no 5º ano, e tinha mais conhecimentos que qualquer um deles.
Os problemas não se ficavam por aqui. Em termos pessoais as coisas ainda eram mais difíceis. Um dos formandos era alcoólico e trabalhava zero. Chegava às aulas alcoolizado e era incapaz de acompanhar qualquer assunto. Outro tinha estado preso por tráfico de droga. Outro era um jovem de 19 anos que se gostava de exibir nas aulas a dizer que era gay. Outra, com 55 anos, andava sempre atrelada a este e era ele que lhe fazia os testes, porque ela deixava de trabalhar quando ele estava próximo, enquanto nos intervalos aproveitavam para dar umas passas. Outra ainda dizia ser doente e faltava constantemente, chegava tarde e saía cedo porque tinha de apanhar o autocarro, e saía constantemente da sala para tomar comprimidos porque estava cheia de dores.
Como as minhas aulas eram quase sempre nos últimos dois tempos, das 18 às 20 horas, eles queriam sair mais cedo não havendo intervalo. Mas como eram os últimos tempos, antes iam jantar ao refeitório, donde resultava que por vezes entravam na sala às 18:30 e às 19:30 queriam ir-se embora. No meio de tudo, o que verdadeiramente os preocupava era quando iriam receber o subsídio...
No final de tudo aquilo, como profissional que leva o seu trabalho a sério, fiz um relatório de avaliação onde indiquei que 3 dos formandos não iriam ser aprovados porque não tinham os conhecimentos mínimos para tal. Perante isto fui contactado pela pessoa coordenadora do curso, que me pediu por favor para os passar, pois se não o fizesse eles não poderiam receber o diploma. Acedi contrariado mas elaborei uma informação a justificar o meu desacordo e senti que estava a colaborar numa farsa.
Posteriormente voltei ao mesmo centro de formação para frequentar uma acção de actualização do CAP (Certificado de Aptidão Profissional), onde a formadora era uma colega que também tinha sido formadora do mesmo curso. Informou-me que o tal formando alcoólico estava agora a frequentar outro curso das Novas Oportunidades para obter o 9º ano! Eu nem queria acreditar. O homem é quase analfabeto!
2. Depois desta tragédia, fui convidado por uma empresa de formação para ministrar um curso do mesmo género fora de Lisboa, neste caso para um nível equivalente ao 9º ano. Foram-me atribuídos dois módulos, introdução à informática e PowerPoint, em dias alternados. Fui eu que abri o curso, e durante 7 horas no primeiro dia estive a falar de conceitos gerais de informática e de utilização do computador, de arrumação de pastas e ficheiros.
Qual foi a minha surpresa quando verifiquei que no segundo dia iria outro formador dar Excel, no terceiro dia iria outra formadora dar Word e no quarto dia voltaria eu, para continuar a falar de pastas e ficheiros! Pensei para mim próprio: onde eu vim cair! Como é possível que um curso seja estruturado desta forma? Que lógica de aprendizagem é esta? Quem estabelece este calendário? Como se admite que num dia se fale de pastas e ficheiros e no dia seguinte se esteja a falar de folha de cálculo sem ainda se ter explicado no módulo inicial como se criam pastas?
E de quem é a responsabilidade desta amálgama? Quem propõe este calendário e quem o aprova? Será a empresa formadora que propõe, ou serão os responsáveis que, sentados num gabinete e sem qualquer noção do que é uma acção de formação, determinam que um formador não pode dar mais do que 7 horas seguidas na mesma turma, e por isso tem de se misturar módulos diferentes com formadores diferentes sem qualquer lógica nem critério?
3. Num terceiro caso, o objectivo já era certificar o 12º ano. Uma das participantes era também uma jovem com 19 anos a quem perguntei porque não ia fazer o 12º ano numa escola. Resposta: porque aqui é mais fácil.
Apesar de tudo estes eram mais empenhados, embora deixassem alguns comentários em tom incomodado como "o quê, temos de fazer uma avaliação?"
Mas o programa do curso... oh céus! Como é possível, como, elaborar programas como aqueles?
Consulta-se o conteúdo programático dos vários módulos das UFCD (unidades de formação de curta duração), e vemos estas pérolas:
. Informática - evolução 25 horas
· Arquitectura de computadores 50 horas
· Gestão e organização da informação 25 horas
· Sistemas operativos 50 horas
· Sistemas operativos multitarefas 50 horas
· Sistemas operativos utilitários complementares 25 horas
Daria vontade de rir se não fosse trágico. Como é possível elaborar 3 módulos de sistemas operativos, a par com um de gestão de ficheiros , ter formadores a falar das mesmas coisas durante 50 horas em módulos supostamente diferentes? Pergunto eu: alguém faz ideia do que está a fazer quando elabora estes módulos?
Vale a pena consultar estes conteúdos:
http://www.catalogo.anq.gov.pt/UFCD/Detalhe/736
http://www.catalogo.anq.gov.pt/UFCD/Detalhe/737
http://www.catalogo.anq.gov.pt/UFCD/Detalhe/738
Alguém que perceba como é que se diferencia uns dos outros, e que justificação existe para fazer disto módulos de 50 horas. Quem são os crânios, sentados atrás duma secretária e sem ter qualquer noção do que é a formação, que determinam que os módulos têm todos de ser em múltiplos de 25 horas? E pedagogicamente, qual é a lógica subjacente? Se as aulas são normalmente de 3 horas ou 3 horas e meia, como se faz um calendário com pés e cabeça de modo a completar 25 horas? Não têm sequer a noção básica de que as durações deviam ser em múltiplos de 3? Quem é que é pago para conceber esta miséria?
E o que são os sistemas operativos utilitários complementares? São 25 horas para ensinar a utilizar um antivírus e compactar de descompactar ficheiros com um programa do tipo WinZip. 25 horas para isto? Era como se criassem um módulo para ensinar a atarraxar lâmpadas: explicava-se numa hora e depois ficava-se 24 horas e roscar e desenroscar a lâmpada...
É isto que resulta das Novas Oportunidades: andar a "certificar" analfabetos que na sua maioria não estão minimamente interessados em aprender o que quer que seja, querem sim ter um diploma que ateste que têm o 9º ou o 12º ano, mas que quando forem para o mercado de trabalho irão mostrar a sua total ignorância. Como me podem "obrigar" a passar pessoas como tendo competências informáticas quando nem um parágrafo conseguem escrever? E o meu nome fica associado a uma vigarice destas a troco de quê? Por que carga de água é que eu hei-de dizer que aquelas pessoas têm competências que não têm?
De facto, seria bom que alguém fizesse uma auditoria (mas a sério, não a fingir) à seriedade das Novas Oportunidades. Pessoalmente considero, mais que um embuste, um roubo que se está a fazer aos portugueses apenas para mascarar estatísticas com pseudo-qualificações que, objectivamente, as pessoas não têm.
No fim da minha colaboração com este programa, para além da frustração perante a inutilidade daquilo que estive a fazer, sobreveio principalmente uma enorme indignação por verificar que estava a assistir a um desbaratar de recursos de forma totalmente inútil e da qual não advém qualquer mais-valia para o país.
Estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais que considerem necessários. Acrescento que uma cópia deste e-mail vai ser enviada para todos os grupos parlamentares, uma vez que vi a notícia de que o assunto vai ser discutido no parlamento. Espero que o meu testemunho ajude a esclarecer os espíritos.

Com os melhores cumprimentos
Mário Feliciano


















sábado, junho 04, 2011

Simone de Oliveira



Minha muito querida senhora:
Hoje ao ver o programa Alta Definição tive a plena consciência e também o orgulho de ver na pequena tela televisiva o exemplo acabado do que é ser-se uma verdadeira Senhora,na plenitude do seu conceito. Daqui lhe envio o meu inequívoco respeito e admiração. Não é vulgar vermos alguém que fale a verdade nua e crua como ela deve ser dita e constato mais uma vez, que este nosso País que tanto amo, é por vezes tão ingrato para pessoas da sua indefectível classe, em todos os aspectos porque a vejamos.Revi-me um pouco nessa sua maravilhosa entervista. Devo dizer-lhe com a autoridade da minha já provecta idade(tenho mais um ano que a Senhora), mas ainda estou muito fresco de ideias, que fui, de algum modo, injusto consigo durante a parte mais jovem da sua carreira. Devia ter sido mais prudente, mais ponderado, mas mesmo assim acho que ainda vou a tempo de me redimir.Também eu andei pela música e acabei médico, profissão que desempenho ainda com paixão,muito embora a música e as artes me continuem a roer a alma, a espaços. Questão de opção?Estupidez? Não sei,mas agora é tarde!Vi-a uma única vez na praia com o seu marido, na Costa da Caparica, mas a minha timidez impediu-me de a cumprimentar, o que faço agora,mais liberto, talvez porque os anos nos dão essa possibilidade de sermos mais nós. Daqui lhe envio os meus cumprimentos, com toda a minha enorme admiração pelo que representa de verdadeiro, de intelligente, de corajoso e sobretudo pela sua indefectível classe.Uma grande Senhora digna da admiração de um Povo que é este, que tão maltratado tem sido. Conte sempre com a minha estima e respeito inquebrantáveis.Ao seu dispor se algum dia, (Deus queira que não), dos meus humildes préstimos oftalmológicos.O seu sempre admirador confesso Chiotte Tavares

sexta-feira, junho 03, 2011

A MÁQUINA DE PROPAGANDA E CONTROLE DO PS




O robô e a máquina de propaganda
Sol, 30 de Maio, 2011 por José António Saraiva
A máquina do Governo dispõe de uma redacção que ataca os artigos e os colunistas considerados hostis.
Muitas vezes fala-se da ?máquina de propaganda? do Governo socialista. Mas nunca houve uma tentativa séria de investigar como funciona, que métodos utiliza, quantas pessoas envolve, quem a dirige, etc.
Vou dizer o que sei.
Essa máquina desdobra-se por várias frentes. Tem uma espécie de redacção central, que funciona como a redacção de um jornal, cuja missão é fazer constantemente contra-propaganda. Dispõe de um blogue chamado Câmara Corporativa (
http://corporacoes.blogspot.com) e está permanentemente atenta a tudo o que se publica, desmentindo as notícias consideradas negativas para o Governo.
Além disso, critica artigos de opinião publicados nos jornais, rebatendo os argumentos e, por vezes, ridicularizando ou desacreditando os seus autores.
Mobiliza pessoas para intervir nos fóruns tipo TSF que hoje existem em todas as estações de rádio e TV.
Selecciona na imprensa internacional notícias, artigos ou entrevistas favoráveis ao Governo português e põe-nos a circular entre jornalistas e colunistas ?amigos?.
É por esta última razão que vemos às vezes opiniões publicadas em obscuros órgãos de comunicação estrangeiros citadas em Portugal por diversas pessoas como importantes argumentos.
Outra vertente são as relações com jornalistas. Há uma rede de jornalistas ?amigos? e a coisa funciona assim: um assessor fala com um jornalista amigo e dá-lhe determinada informação. Chama-se a isto ?plantar uma notícia? ? e todos os Governos o fazem. Só que, uma vez a notícia publicada, às vezes com pouco destaque, os assessores telefonam a outros jornalistas e sopram-lhes: «Viste aquela notícia no sítio tal? Olha que é verdade! E é importante!». E assim a notícia é amplificada, conseguindo-se um efeito de confirmação.
Umas vezes as notícias plantadas são verdadeiras, outras vezes são falsas. O Expresso, por exemplo, chegou a publicar em semanas consecutivas uma coisa e o seu contrário. Significativamente, o que estava em causa era Teixeira dos Santos, que o PS queria queimar.
E constata-se que as notícias desagradáveis para a oposição têm mais eco do que outras. Veja-se a repercussão que teve uma carta de António Capucho publicada no SOL, que era um documento interessante mas não tinha a relevância que acabou por ter. A máquina de propaganda amplifica as notícias que interessam ao Governo.
Em seguida, os comentadores colocados pelo PS nos vários programas de debate que hoje enxameiam as televisões repetem os argumentos convenientes. José Lello, Sérgio Sousa Pinto, Emídio Rangel, Francisco Assis, etc., repetem à saciedade, às vezes como papagaios, as mesmas ideias. E mesmo António Costa, na Quadratura do Círculo, um programa de características diferentes, não foge à regra: nunca o vi fazer uma crítica directa a Sócrates. Mas vi-o fazer uma crítica brutal a Teixeira dos Santos, na tal altura em que começou a cair em desgraça.
As únicas situações em que as coisas fugiram do controlo da máquina socrática foram os casos Freeport e Face Oculta. Só que aí era impossível abafá-los. E para os combater foram lançadas contra-campanhas, como expliquei noutros artigos. E houve pessoas que pagaram por isso.
A par das relações com os jornalistas, que se processam diariamente, há outro aspecto decisivo que passa pelo controlo dos principais meios.
A tentativa de comprar a TVI falhou, mas José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes foram afastados e a orientação editorial da estação mudou. José Manuel Fernandes foi afastado do Público, e a orientação do jornal também mudou. Medina Carreira foi afastado da SIC. O SOL foi alvo de uma tentativa de asfixia. E estes são apenas os casos mais conhecidos.
Por outro lado, o Governo soube cultivar boas relações com os patrões dos grandes grupos de media ? a Controlinvest, a Cofina e a Impresa ?, também como consequência das crises financeiras em que estes se viram mergulhados.
Podemos assim constatar que, das três estações de TV generalistas, nenhuma hoje é hostil ao Governo. A RTP é do Estado, a TVI ? que era muito crítica ? foi apaziguada, a SIC tem--se vindo a aproximar do Executivo. Ora isto é anormal na Europa. Em quase todos os países há estações próximas da esquerda, há estações próximas da direita, há estações próximas do Governo, há estações próximas da oposição. Em Portugal é diferente.
Ainda no plano da contra-propaganda, já falei noutras alturas da técnica do boomerang. Como funciona? Quando alguém da oposição (regra geral, o líder do PSD) diz qualquer coisa passível de exploração negativa, toda a máquina se põe a mexer para usar essa ideia como arma de arremesso contra quem a proferiu.
Passos Coelho diz que quer mudar certas regras na Saúde ? e logo Francisco Assis, Silva Pereira, Vieira da Silva, Jorge Lacão ou Santos Silva, os gendarmes de serviço, vêm gritar: «O PSD quer acabar com o Serviço Nacional de Saúde!». Passos Coelho diz qualquer coisa sobre as escolas públicas e as privadas ? e lá vêm os mesmos dizer: «O PSD quer acabar com o ensino público gratuito!». Passos Coelho diz que quer certificar as ?Novas Oportunidades? ? e os mesmos repetem: «O PSD ofendeu 500 mil portugueses!». E, no final, todos dizem em coro: «O PSD quer acabar com o Estado Social!».
Passos Coelho não soube lidar com isto de início. E, perante estes ataques, acabou muitas vezes por bater em retirada. Propôs uma revisão constitucional e recuou. Outras vezes explicou-se em demasia. E com isso deu uma ideia de impreparação e falta de convicção, que só recentemente conseguiu corrigir.
Mas a máquina não fica por aqui. Tem muitas outras frentes de combate. Os assessores do primeiro-ministro organizam dossiês para cada ministro, dizendo-lhes como devem reagir perante o que diariamente é publicado na imprensa. Assim, bem cedo pela manhã, um assessor telefona a um ministro, faz-lhe uma resenha da imprensa e diz-lhe o que ele deve responder a esta e àquela pergunta.
Claro que há ministros que não aceitam este paternalismo. Que querem ter liberdade para responder pela sua cabeça. Mas esses ficam logo marcados. Admito que Luís Amado não aceite recados, estou certo de que Campos e Cunha não os aceitou, Freitas do Amaral também não. Mas a maioria dos outros aceitou-os ou aceita-os, até para tranquilidade própria: assim têm a certeza de não cometer gaffes e não desagradar ao primeiro-ministro.
E já não falo nos boys colocados em todos os Ministérios e em todas as administrações das empresas públicas e que funcionam como correias de transmissão da opinião do Governo. Rui Pedro Soares é o caso mais conhecido. Mas obviamente não é o único. Eles estão por toda a parte. Muitas vezes nem têm posições de grande relevo. Mas o facto de se saber que são os porta-vozes do poder confere-lhes importância acrescida, porque as pessoas receiam-nos.
Como resultado de tudo isto, muita gente, mesmo dentro do PS, tem medo. Evita falar. No congresso socialista, que mais parecia um encontro da IURD, vimos pessoas respeitáveis participar alegremente na farsa sem um gesto de distanciação. Chegou a meter dó ver António Costa, António Vitorino, o próprio Almeida Santos, envolvidos naquela encenação patética.
Que foi produzida como uma super-produção, com sofisticados meios audiovisuais. Quando Sócrates começou a proferir a primeira das três últimas frases do seu último discurso, uma música ?heróica? começou a ouvir-se baixinho. E foi subindo, subindo de tom ? e quando Sócrates acabou de falar a música estoirou, as luzes brilharam, não sei se houve fogo preso mas podia ter havido, choveram flores, foi a apoteose.
Quem dirigirá esta poderosa e bem oleada máquina de propaganda e contra-propaganda?
Haverá certamente um núcleo duro, ao qual não serão alheios aqueles que dão a cara nos momentos difíceis: Francisco Assis, Jorge Lacão e os três Silvas: Vieira da Silva, Augusto Santos Silva e Pedro Silva Pereira.
Há quem fale numa personagem misteriosa, sibilina, que não gosta dos holofotes e que dá pelo nome de Luís Bernardo. Actualmente é assessor de Sócrates, antes foi assessor de Carrilho na Cultura. Pedro Norton, actual número 2 da Impresa e seu amigo, diz que ele é «o homem mais inteligente que conhece».
Acontece que uma máquina política pode ser muito boa, pode estar muito bem oleada, pode funcionar na perfeição, mas tem sempre um ponto fraco: depende em última análise da performance de um homem.
Durante anos essa performance foi quase perfeita ? por isso chamei a Sócrates um ?robô político?. Ora esse robô, agora, começou a falhar. E a derrota televisiva perante Passos Coelho pode ter posto em causa toda a engrenagem. O robô engasgou-se, exaltou-se, esteve à beira de colapsar.
E quando isso acontece não há máquina de propaganda que valha.